Por meio de Abraão, Deus prometeu uma numerosa família que deveria abençoar todas as outras famílias da terra. Do sangue de Davi, o Criador prometeu suscitar um descendente que traria um reino de paz sem fim para este mundo e, finalmente, edificaria uma casa agradável para o Eterno, a fim de que a Sua presença enchesse de glória toda a terra! E, da conturbada lista de Mateus 1, Deus estabelece uma pobre família em Belém da Judeia para, por meio dela, iniciar a concretização de Seu plano, isto é, alcançar as demais famílias da terra com Sua própria presença por meio de um Filho: o Filho de Davi, o Filho de Abraão, o Filho de Deus!
Na continuação, Mateus deixa claro que o Messias possui duas naturezas: divina e humana. Jesus Cristo é filho de Maria, gerado pelo Espírito Santo. A segunda pessoa da Trindade, misteriosamente, decide abrir mão da glória que Lhe é devida para se humilhar, esvaziar-se de Si mesmo e diminuir-se ao ponto de se tornar um embrião no ventre da jovem virgem israelita. Ele aceita as limitações humanas para nos salvar. Já era, pois, uma grandiosa humilhação o Verbo fazer-se carne. Mas não bastou. De homem a escravo. De escravo à cruz!
Aquele feto vai receber, então, dois nomes no relato de Mateus 1, a saber, Jesus e Emanuel.
Jesus significa "Javé Salva"; afinal, Ele é o próprio Javé encarnado que salva o Seu povo de seus pecados! Ele perdoa os pecados. Ele remove os pecados. Ele redime o pecador. Ele resgata o oprimido. O Ser ofendido se entrega para salvar os Seus próprios ofensores!
Emanuel, pois é o cumprimento de Isaías 7. No texto em questão, o rei de Israel e o rei da Síria se unem contra o reino de Judá a fim de destruir a dinastia de Davi. As promessas de Deus estão em jogo. O questionamento do povo seria compreensível: será que Deus abandonou o Seu povo? Será que Javé se esqueceu de Suas promessas? Será que o Criador deixou de cumprir o Seu plano de estabelecer um rei davídico sobre Judá, a fim de trazer o Seu reino de paz sem fim ao mundo e finalmente habitar com Sua presença sobre o cosmos, de modo pleno e manifesto?
Isaías convida o rei de Judá, Acaz (que, por sinal, está na genealogia de Jesus), a pedir um sinal miraculoso ao Senhor. O rei ímpio recusa, e o profeta proclama: "Portanto, o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel." (Isaías 7.14)
Eis então o sinal miraculoso. Eis o sinal de esperança para o povo e de exortação aos ímpios. Tal como em Isaías, nos tempos de Cristo, os Herodes e demais reis se uniram contra o Senhor e contra o Seu Ungido. Mas o Salmo segundo nos lembra que o Senhor zomba e ri de todos eles. Ele continua soberano, tendo a história em Suas mãos.
Enquanto nós, povo de Deus, nos angustiamos com os males e opressões deste mundo, Javé nos lembra o Seu sinal! A virgem concebeu e deu à luz, Emanuel. Deus não se esqueceu do Seu povo. Deus continua cumprindo as Suas promessas. Deus é conosco! É Natal! Feliz Natal!