Mais um dezembro. Mais uma vez, a cidade toda
adornada para as tradicionais festividades
natalinas. Bonita? Sim, e muito: uma euforia de
luzes pisca-pisca nas ruas, nos edifícios, nas
residências; grandes árvores de natal numa
competição de brilho e beleza nos "shoppings"
e parques, músicas belíssimas, sem contar com o
forte apelo comercial para a venda dos artigos
próprios desta época do ano e dos presentes.
Contudo, ironicamente, nestas comemorações
ditas de aniversário do nascimento de Jesus, há
um grande ausente, nem sequer notado: o
próprio aniversariante. Esvaziado do sentido
teológico e de seu cumprimento profético, o
Natal deixou há muito tempo de celebrar o
nascimento do Salvador e Senhor Jesus Cristo,
para inspirar uma espécie de existencialismo,
de secularização de um cristianismo de conteúdo
profano,como propugna J. Robinson, em "Uma Nova
Reforma", debatendo a teologia da “morte de
Deus":(1)
Quem são os culpados pelo esvaziamento do
conteúdo evangélico do Natal senão aqueles
mesmos que, conscientemente, reduziram o
cristianismo à tradição, esvaziaram-no do poder
do significado do Natal predito desde a queda
do homem no Éden, sem cruz, sem Bíblia, sem sua
mensagem central – a da salvação. Natal
clericalizado, hierarquizado, rigidamente
pomposo, onde os meios acabaram por se fazer
fins em si mesmos. Esses teóricos da teologia e
da filosofia optaram, em seus concílios,
secundar, escandalosamente, os verdadeiros
princípios da hermenêutica bíblica.
A Reforma Protestante do séc. XVI significou o
despegar o centro hermenêutico de Roma e da
Igreja e coloca-lo na Bíblia podendo ser
discernida pelo homem convertido! As igrejas
reformadas e outras históricas também falharam.
Somos também culpados do Natal sem Jesus!
E no que resultou? Dentre alguns inabonáveis
males, O NATAL DE JESUS, SEM JESUS! Os céus
choram com um natal de comércio, de bebedice e
de comilança, que não tem um“parabéns para
você, Jesus", nem “parabéns" para os homens de
boa vontade que O aceitam como Senhor e
Salvador.
Convido-os a que, em nosso procedimento nestes
dias de dezembro, prevaleça o Natal bíblico
sobre o secularizado, o espiritual sobre o
material, celebrado como o Natal de que “veio
ao mundo buscar e salvar o que se havia
perdido”.
E, muito felizes, louvaremos a Deus por Jesus
ter nascido em Belém, em cumprimento das
Escrituras. E também O glorificaremos porque
Ele sempre haverá de nascer, em cumprimento à
Sua Palavra, nos corações dos que o convidam a
entrar qual a poesia do hino natalino: “Vem
Jesus, habitar comigo; em minha alma há lugar, vem já”. Amém!