A simples menção da palavra “morte” já traz incômodos para muitas pessoas. E é compreensível pelo caráter trágico da morte. O homem não foi criado para morrer. A realidade da desobediência dos nossos primeiros pais fez pairar sobre a existência humana a limitação dos dias na Terra.
A morte é mesmo uma experiência trágica, funesta. De súbito, o corpo é transformado numa peça inerte, sem vida. Henry Van Dyke escreveu que “algumas pessoas tem tanto medo de morrer que sequer vivem”. É como se escrevessem ouvindo o lamento lúgubre das pulsações do coração, “reverberando pelo aparelho circulatório, a segredar: mais perto da morte - mais perto da morte”.
Não é raro reações como se negar falar do assunto evitá-lo, etc. Até acontece com alguns diante da iminência da morte, recorrerem ao mecanismo psicológicos da negação evitando admitir para si e para os outros que a hora é chegada. Ainda assim, é sempre desejável que toda pessoa, diante da proximidade da morte, desde que queira, tenha oportunidade de falar sobre o assunto, ou seja, expor seus temores, suas dúvidas, indagações, frustrações e convicções. Traz um bem psicológico e espiritual.
Mas é bom alvitre que se diga que a morte não é o fim. O homem é um ser espiritual e quando aceita a Cristo como seu Senhor e Salvador, não mais teme a morte. Para o cristão “a morte é apenas passagem e não um termo”, disse Michel Quoist. Para que entendamos melhor a Bíblia, no seu vasto material sobre a morte, diz que “a nossa esperança em Cristo, não se limita apenas a esta vida: vai adiante, atravessa a morte e penetra além do véu”.
A experiência do cristão não é igual a do não cristão: este último não tem esperança certa, bem definida, assentada. Os cristãos crêem no ensino bíblico de que Jesus morreu e ressuscitou e que virá outra vez, oportunidade em que a ressurreição dos mortos é tão certa como a do Senhor ao terceiro dia de sua morte. Se isto não é verdade, desmorona-se todo o sistema cristão. Não fica nada em pé. Mas, graças a Deus, além do conforto da ressurreição final, a Bíblia nos ensina “se a nossa casa terrestre deste tabernáculo (nosso corpo) se desfizer (a morte), temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos humanas, mas eterna nos céus”.
É compreensível o desconforto diante da morte de alguém que amamos. Mas, não haverá lugar para desespero, ódio, gritarias sem fim, dúvidas atrozes, para aqueles que vêem a morte numa perspectiva de vida eterna pela fé em Cristo Jesus, que venceu, ele mesmo, a tragédia da morte. Dar as costas a essa verdade maravilhosa é tentar negar a razão última de toda esperança, e apegar-se a frágeis e superáveis elucubrações humanas.
Onde está, ó morte a tua vitória? Graças a Deus que nos dá a vida por intermédio de Cristo Jesus (Apostolo Paulo em I Coríntios 15.55 a 57)