MÊS DO AMIGO, mais uma vez. É difícil assumir as dificuldades e limitações pessoais para escrever sobre os temas "amigo", "amizade", num mundo onde tudo concorre para que tenhamos vidas isoladas, curtindo a solidão.
Viver sem um amigo, no entanto, é muito difícil, quase impossível! Não discuto o "ter" amigo, ângulo notadamente mais explorado em vista dos recalques, dos complexos de inferioridade por conta de traições, desilusões, desapontamentos. Refiro-me sim, ao "ser" amigo. Para tanto, temos de acatar a nova e inacreditável realidade: remar, assumidamente, contra a maré.
A nossa consciência diz: cultive amizades! Mas, como e quando cultivá-las, se ninguém se encontra mais! Os dias e as noites ficaram mais curtos. O trânsito congestionado aprisiona pessoas que estão estressadas de tanto trabalhar e estudar, diminuindo o tempo, aumentando as distâncias geográficas e relacionais.
A consciência determina: aproxime-se, você tem muito afeto em seu coração, para dar! É verdade, todos estamos acumulando muito amor em nosso coração. Mas, como demonstrar nosso amor, se ninguém consegue conviver mais?
A consciência alerta: não deixe que o corre-corre o absorva, o consuma! Mas, não há tempo para nada mais. Dias curtos... noites curtas... Bate uma saudade dos velhos tempos, das visitas, das reuniões, daquele cafezinho amigo.
A consciência diz: procure ser o amigo das horas difíceis! Dê demonstrações de sua amizade sem esperar ser correspondido. Compreenda que nem todos são como você. Tolere as faltas dos seus amigos. No entanto, o quadro se configura muito mais grave: sabemos menos do "outro", a cada dia que passa. Ele sabe menos de nós também. Os relacionamentos ficaram mais superficiais, formais, distantes...
Dias vêm, dias vão, meses, anos... A vida passa... Cultivar amizade passou a significar "remar contra a maré". AMAR INCONDICIONALMENTE, um clichê. Sem relacionamento, encolhemo-nos dentro de nós mesmos, sem cogitar do cultivo do verdadeiro sentido da amizade. E o seu valor inestimável... bem, ficou por conta das crônicas e das poesias.
O ser humano está mais carente de verdadeiros amigos. Nesses "buracos negros" que o isolamento propicia, o inimigo avança com soluções espalhadas por toda parte: bruxaria, ocultismo, pai de santo Fulano, mãe de santo Cicrana... E mais depressão pra todo o lado!
Dá para "ser" amigo, em Cristo, pelo menos demonstrando nosso cuidado, nossa preocupação com a vida espiritual do nosso próximo mais próximo. Vamos remar contra a maré, então? No MÊS DO AMIGO, lancemos mão das ferramentas da PONTE DA FÉ, cognominemos "amigo" aquele que está mais perto de nós. Um ganhando um! E centenas finalmente conhecerão aquele que assumiu "ser" amigo de todos nós, Jesus.