E lá se vão cinco séculos desde aquela longínqua 4ª feira, dia 31 de outubro de 1517.
Na pequena cidade de Wittenberg, na Alemanha, com seus pouco mais de 2.000 habitantes, o Espírito Santo soprou num novo vento sobre a Igreja de Jesus Cristo.
De um simples convite para um diálogo acerca de ênfases doutrinárias e práticas eclesiásticas que estavam a exigir nova reflexão e ação, surgiu uma autêntica revolução espiritual, sem precedentes, que acabou por redefinir o perfil do Cristianismo.
Celebrações estão sendo realizadas em todo o mundo para marcar o Quinto Centenário da Reforma Protestante.
Em nossa igreja, o Ministério de Música apresentou o belíssimo musical “A Reforma Protestante e as Cinco Solas”, com a participação primorosa do coro Pequenos Cantores da Liberdade, a Bandinha Rítmica e o Grupo Teatral.
Nossa cidade sediará três grandes eventos nestas próximas 96 horas. Cada um deles está descrito na página de comunicações deste boletim dominical.
Faz-se mister recordemos uma vez mais as cinco proposições ou enunciados em Latim que constituem o perfil doutrinário da Reforma Protestante. Ei-los, consoante o site Christianity.com:
1. Sola Scriptura (“Somente as Escrituras”) – Somente a Bíblia é nossa autoridade suprema.
2. Sola Fide (“Somente a Fé”): Somos salvos somente através da fé em Jesus Cristo.
3. Sola Gratia (“Somente a Graça”): Somos salvos somente pela graça de Deus.
4. Solus Christus (“Somente Cristo”): Somente Jesus Cristo é nosso Senhor, Salvador e Rei.
5. Soli Deo Gloria (“Somente a Deus a Glória”): Vivemos somente para a glória de Deus.
Em recente troca de mensagens com o Pastor e Historiador Batista Carlos Cesar Peff Novaes, da Igreja Batista em Barão da Taquara, na cidade do Rio de Janeiro, perguntei-lhe sobre a conexão histórica entre nós, Batistas, e a Reforma Protestante.
Vale a pena lermos a resposta concisa e precisa do Pastor Novaes, como segue:
“Realmente, podemos dizer que os Batistas são e não são Protestantes.
Não são, no sentido estrito da palavra, porque surgiram no século seguinte da Reforma. E são Protestantes no sentido de herança. Herdamos dos três ramos da Reforma (Lutero, Calvino e Zuínglio) os princípios da autoridade das Escrituras, da justificação pela fé na graça e do sacerdócio dos crentes. A estes princípios reformados, os Batistas ainda somaram o do batismo voluntário (dos anabatistas), do congregacionalismo (Browne, de fato, com a ênfase na prática democrática), da autonomia do indivíduo (defendida por John Locke na Inglaterra) e, por conseguinte, da liberdade religiosa e da separação entre igreja e Estado (Thomas Helwys declarava que só há verdadeira civilização onde o homem é livre para crer ou não e para escolher sua confissão religiosa). De qualquer modo, devemos, sim, aos reformadores essa herança inicial dos três primeiros princípios.
E por isso os Batistas devem, sim, celebrar os 500 anos da Reforma do século XVI”.
Rendamos graças a Deus por quantos Ele tem levantado no decurso da História para “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos”, conforme a Epístola de Judas, versículo 3.
Seja o Senhor Jesus Cristo glorificado entre nós nos cultos deste Domingo!
Deus nos agracie com um abençoado DIA DO SENHOR!
Um forte abraço do seu
Pastor Fausto