Essa oração, inspirada no Salmo 105, motivada pela fidelidade de Deus e pelos recursos do Seu poder, é muito útil e precisa ser praticada por todos nós em todo o tempo, conforme nos propõe o versículo 4: "Recorram ao Senhor e ao seu poder; busquem sempre a sua presença". Mas, não esperemos para evocar a Sua presença apenas na hora do sofrimento ou das incertezas, mas também quando precisarmos de direção para as coisas a fazer. Eis para onde nos conduz o devocional de hoje.
A oração invocatória é o primeiro exemplo de oração que temos na Bíblia (Gn 4.26). Por ela invocamos a presença de Deus em nossa vida, em nossos projetos, em nossas reuniões, em nossas celebrações, enfim, em tudo que fazemos. Ela tem certas peculiaridades, que é bom que sejam observadas, a saber: precisa ser recorrente, no sentido de pedir a intervenção divina nas circunstâncias em que estivermos envolvidos; precisa ser constante, pois tudo que venhamos a fazer necessita da presença do nosso Deus (Sl 104.6); precisa se valer das promessas de Deus (Sl 105.7,42), e uma delas é de Se fazer presente quando nós O chamarmos, em nossas orações, como diz o salmista, que Ele é "auxílio sempre presente na adversidade" (Sl 46.1a); precisa apelar para Sua fidelidade à aliança, pela qual Ele não se recusa em nos abençoar (Sl 105.8-9); precisa evocar a Sua proteção (Sl 105.14-15, 39) e o Seu sustento diário (Sl 105.40-41).
Quando Deus se faz presente em nossos ajuntamentos, Ele não é apenas um expectador, mas se integra ao grupo e derrama sobre ele as Suas muitíssimas bênçãos, conforme as necessidades que justificam o encontro. A Sua ausência deixa a reunião à mercê de si mesma e pode atrair o oportunismo do inimigo, que se serve das fraquezas humanas para confundir, estimular os desentendimentos, os desânimos, a prevalência de ideias que não correspondem à forma cristã de agir, àquilo que o Novo Testamento denomina de carnalidade.
Tenhamos esse bom hábito de evocar a presença de Deus em tudo que fizermos, em nossas viagens, em nossas reuniões familiares e profissionais, em nossos relacionamentos de qualquer natureza, entregando-Lhe a direção, a inspiração, as soluções dos problemas; buscando d´Ele a clareza que as ideias precisam ter, os encaminhamentos que os debates devem tomar, em nossos cultos, em nossos ministérios. Precisamos entender que as palavras de Jesus "sem mim vocês não podem fazer coisa alguma" têm, pelo menos, dois caminhos. O primeiro se firma na vontade permissiva do nosso Senhor, no sentido que, mesmo que não seja de Sua vontade, Ele permite a realização dos nossos planos, mas sem a Sua bênção; e o segundo representa o seu franco envolvimento em tudo o que fazemos, a nosso convite, não somente dando as condições de sua realização, mas cuidando para que não saiamos fora da vontade de Deus, dispensando sobre nós Suas bênçãos.