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O que significa de fato exercitar-se na piedade? As impiedades, e dentre elas, o esfriamento espiritual dos crentes, são sinal dos tempos? Em relação à piedade, como a nossa geração é caracterizada?



Paulo, da prisão, está escrevendo uma carta a Timóteo – instrutiva, pastoral, doutrinária, profética - prevenindo o pastor da igreja em Éfeso quanto ao rumo das coisas, na sociedade, na cultura, na própria igreja.



Naquele tempo, o Espírito das profecias do Velho Testamento, o mesmo Espírito Santo de Deus, é que revela, antevê, vaticina, profetiza, acerca da última dispensação, revelando a apostasia: nos últimos dias, alguns abandonarão a fé. Paulo, inspirado por Deus, diz que uma das marcas da consumação dos séculos é que alguns apostarão da fé salvífica.



Timóteo precisa de Paulo. A cidade de Éfeso era, então, reduto do poder político de Roma, puro paganismo e idolatria. E a resposta de Paulo, no capítulo 4 da carta a Timóteo, é “exercita a piedade”.



Exercitar a piedade não quer dizer mero estudo ou pesquisa na Palavra, mas que ela seja tratada como alimento fundamental à vida cristã. Como se dissesse: - Timóteo, coma a Palavra!



Vivemos a geração mais anêmica da Palavra que já existiu! Nunca ouvi falar de um povo sem cultura bíblica como o atual. Como encarar e vencer as astutas ciladas do inimigo, sem estar saturado com a Palavra da verdade? Sem esse “alimento” você não vai prevalecer ao bombardeio infernal, midiático, social, cultural que vai vir sobre a terra, e abandonará a fé, aos poucos, sem se dar conta.



Não procure textos para justificar como você pensa - alimente-se da Palavra! Não procure passagens isoladas para ratificar sua teologia pessoal de fuga - alimente-se da Palavra! Aplique-a na sua vida! A Palavra de Deus é resumida na doutrina. Palavra que não tem doutrina não é Palavra. Talvez tenhamos neste século, entre nós, monstros intelectuais, mas, anões na prática da doutrina. Teologia sem prática é morte da piedade cristã.



Tiago, irmão de Jesus, é quem diz no capítulo 1 de sua carta: “não sejais apenas ouvintes da Palavra, mas, praticantes”. Esse é o problema das igrejas reformadas e das históricas: cabeças brilhantes, gordas! Mas, corações frios! Muita teoria, muita ciência, muita cultura; pouca prática, pouca atuação, pouca piedade. Por isso, sou fã dos puritanos ingleses: eles eram gigantes na mente e fervorosos no coração.



Somos a geração que não lê mais a Bíblia! Ou a lê por três minutos e fica o resto da noite diante da TV. Não tem vida, não louva, não oferta, não faz nada pelos pobres.



Piedade cristã é assumir Jesus: pague o mal com o bem, ore pelos que o perseguem, bendiga os que o maldizem. É assim que se cumprem as Escrituras. Ore em favor dos que levantam falso testemunho contra você. Isso é piedade! Se o ferirem na face, ofereça o outro lado. Isso é piedade! Se o obrigarem a caminhar uma milha, vai com eles duas. Isso é piedade! Se lhe pedirem a capa, dê também a sua túnica. É a Palavra de Deus que ordena! Meus irmãos, eis os conceitos do NT, eis os padrões da GRAÇA! Você tem de oferecer perdão, porque graça é perdoar qualquer indivíduo, independentemente do nível da ofensa.



“Exercita a piedade!” – dê a honra a Deus.



“Exercita a piedade!” – ore, jejue, tenha fome da Bíblia, coma a Palavra.



Mas, não há força em nós mesmos para tanto... Porém, há uma força à disposição – GRACA! Há a aliança do calvário, há ressurreição, há vida eterna: “Se trabalhamos e lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus vivo, o Salvador de todos os homens, especialmente dos que creem.” (v.10). Quando você não conseguir, a graça consegue; quando você cair, a graça o levanta. O tempo todo, caímos e nos levantamos, pois a GRAÇA nos sustenta!