Ao ressuscitar, Jesus deu aos discípulos que ele formou e com quem convivera a tarefa de ir e fazer outros seguidores. A primeira igreja cristã nasce com o privilégio de ser dirigida pelos apóstolos, cheia de reverência para com Deus, Jesus e o Espírito Santo, cujos membros viviam em admirável comunhão uns com os outros, extremamente dedicados à evangelização, assíduos frequentadores dos cultos e muito sérios no serviço cristão. Essa vida saudável atraiu as constantes intervenções sobrenaturais de Deus (At 2.43). Hoje, o enfraquecimento dessas virtudes como definidoras da autêntica igreja cristã faz com que haja em muitas igrejas a perda do temor do Senhor, princípio da sabedoria e da vida que agrada ao Senhor, estudado hoje na EBD, e do louvor sincero ao nosso grande Deus, merecedor de toda honra e de toda a glória, que devem caracterizar a forma de cultuar ao Senhor. Mas, o que infelizmente presenciamos são cultos transformados em shows, dirigidos ao gosto e à vaidade das pessoas.
Uma igreja que busca o avivamento espiritual não pode confundir desempenho com piedade, nem animação de auditório com culto vivo. Deus estabeleceu princípios que devem reger os cultos que Lhe prestamos. Ele não está buscando o culto de pessoas que não pecam, não está olhando nossas altas performances. Ele está vendo sim o que ninguém vê: o coração do pecador. É por isso que Jesus diz à mulher samaritana: “meu Pai procura os verdadeiros adoradores; aqueles que me adoram em espírito e em verdade” (Jo 4.23, 24), pois é nessa região espiritual que Deus detém os seus olhos. E, ao olhar essa região de muitos corações, onde residem as reais intenções de tudo o que fazemos, Ele vê um grande vazio espiritual, o que nos permite dizer que em muitos cultos nada é oferecido ao Senhor, por não ser ele cristocêntrico.
Numa igreja bíblica avivada, não há alternativa para o culto: ou ele é neotestamentário ou é anátema. Ou está acompanhado de quebrantamento ou é um teatro. Naquela primeira igreja cristã da História, privilegiada por ser dirigida pelos apóstolos, havia reverência para com Deus, Jesus e o Espírito Santo. Essa primeira igreja cristã era também transbordante de alegria e felicidade. Uma igreja que celebrava as coisas comuns da vida: refeições diárias com grande alegria, as pessoas traziam nos lábios sorriso ao invés de murmuração, enfrentavam dificuldades não com queixumes, mas com confiança em Deus e com solidariedade fraternal. O culto era uma festa, tempo de encontrar os irmãos, verdadeiros amigos, para a celebração comunitária, mas era exercido com sincera e autêntica adoração (At 2.46,47).
Avivamento é isso: A VIDA DE DEUS TRANSBORDANDO NA VIDA DA IGREJA (Ne 8.10, Dn 11.32). Aquela primeira igreja cristã cresceu numericamente, porque era avivada (At 2.47); teve um crescimento natural, porque não se constituía de estrutura morta, fossilizada, mas era um organismo vivo, qual corpo. Se a igreja não cresce é porque existem coisas que a impedem de crescer. Rick Warren, em “Uma Igreja com Propósitos”, corretamente assegura que a pergunta certa é: “O que impede a igreja de crescer?”; não a que muitos fazem: “O que devo fazer para a igreja crescer?” Porque o crescimento da igreja está diretamente ligado ao relacionamento de seus membros com Deus e com os irmãos. O v. 47 diz que na medida em que os crentes estavam bem uns com os outros e louvavam juntos a Deus, “caíam na graça de todo o povo”. Isto é, a igreja teve de primeiro desfrutar de uma boa reputação no bairro e na cidade, pelo testemunho irrepreensível dos crentes, pelo acolhimento que ela dava às pessoas que chegavam, com alegria e profunda simpatia.
O avivamento bíblico vem quando a igreja se desperta para ser uma comunidade de amor. A graça de Deus nos torna pessoas mais acolhedoras, simpáticas e amorosas. Jesus quer discípulos, pessoas que reproduzam a Sua forma de ser e de fazer.