Pessoas perguntam-me acerca dos reais motivos dos movimentos populares dos últimos dias nas ruas de todo o Brasil e aonde os jovens querem chegar com tudo isso. Não há nada de novo, exceção feita ao fenômeno mobilizador das redes de relacionamentos, que já conhecíamos, da primavera árabe às mobilizações populares da Europa em crise. Também estamos assistindo à indignação contra os partidos e seus políticos alienados da realidade; à insatisfação com os altos impostos e insuficientes serviços; ao movimento Passe Livre e a um basta à corrupção!
Um amigo, Jocélio Cândido, escreveu sobre o Rei Davi que, em seu tempo, já convivia com inúmeras reprováveis atitudes, muito claras no Salmo 12:
1. Hipocrisia e falsidade generalizadas: “Salva-nos, Senhor! Já não há quem seja fiel; já não se confia em ninguém entre os homens. Cada um mente ao seu próximo; seus lábios bajuladores falam com segundas intenções. Que o Senhor corte todos os lábios bajuladores e toda língua arrogante dos que dizem...”
2. Prepotência e onipotência das autoridades. "Venceremos graças à nossa língua; somos donos dos nossos lábios! Quem é senhor sobre nós?”
3. Sobre a opressão dos poderosos: “Por causa da opressão do necessitado e do gemido do pobre agora me levantarei, diz o Senhor. Eu lhes darei a segurança que tanto anseiam. As palavras do Senhor são puras, são como prata purificada num forno, sete vezes refinada. Senhor, tu nos guardarás seguros, e dessa gente nos protegerás para sempre”.
4. Sobre a corrupção: “Os ímpios andam altivos por toda parte, quando a corrupção é exaltada entre os homens”.
O que fazer? Para ficarmos livres das inquietações é preciso muita oração. Além de orar, é preciso agir. Vimos que Davi não se calou. Não nos calemos, também, até que os políticos, inteiramente perdidos, mudem radicalmente a forma de governar, focando-se no cumprimento da agenda para a qual o povo os elegeu seus representantes. Do contrário, escreve Jocélio Cândido, “esta reação que se iniciou poderá continuar e crescer, com consequências imprevisíveis e perigosas”.
É nesse contexto sociopolítico que pensamos a necessidade cada vez mais urgente de fazermos missões. A ação evangelística e missionária transforma as pessoas e melhora o ser humano, por isso é a resposta primeira a ser dada, por nós cristãos, antes mesmo de qualquer ação oriunda de nossa cidadania.
Poderíamos imaginar, fechando junho, mês em que enfatizamos Missões, que muito temos feito na obra missionária. Mas, fazer missões vai mais além, porque as trevas não foram ainda dissipadas. Há urgência! Fazer Missões é enxergar os “campos brancos para a ceifa”, é enviar os ceifeiros, é ter compaixão pelos perdidos, é reconhecer a graça imensurável de Deus que vem ao nosso encontro, pobres pecadores, é dar comida ao faminto e roupa ao desnudo, é cuidar de toda a criação, é interceder, clamar por um Brasil afundado em corrupção, longe de Deus, é sentir na pele a carência do irmão, é ser servo e cumprir o IDE de Jesus, pessoal e coletivamente – indo, orando, contribuindo. Quando a Igreja está embrenhada nessa consciência de Missões é que ela adora “em espírito e em verdade” o Deus Criador e vive plenamente o Evangelho do Senhor Jesus.
Então, aqui na LIBER, por todos os meses do ano, do púlpito a todas as áreas e ministérios, é TEMPO DE MISSÕES, porque estamos todos envolvidos no propósito de alcançar o homem sem Deus, por todos os meios disponíveis.