Concernente ao 1º Advento de Cristo, comemorado neste mês em nossa igreja, e hoje, na Grande Celebração do Natal de Jesus, gostaria de trazer algumas considerações sobre as bênçãos da encarnação divina, ao mesmo tempo em que ela aponta para o segundo advento, quando os propósitos do primeiro serão plenamente atingidos.
Jesus, cujo nascimento foi, ao mesmo tempo e em sentido absoluto, plenamente homem e plenamente Deus. Ter nascido em Belém significa que Ele deixou Sua glória sem, contudo ter abdicado, absolutamente, da sua deidade. Foi concebido homem no ventre de mulher (Gl 4.4), retendo, porém, em sua humanidade, todos os atributos de Deus: “Eu e o Pai somos um”.
No prólogo do seu Evangelho, João afirma que Jesus era Deus desde a eternidade, mas “se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14). Eternamente em forma de Deus, a segunda pessoa da Trindade tomou para si mesmo a semelhança dos homens (Fl 2.6-7). Paulo garante a Timóteo que Deus foi manifesto em carne (1 Tm 3.16).
Jesus nasceu, foi plenamente homem. Fatigou-se, conquanto oferecesse descanso aos cansados; teve fome, embora fosse o pão da vida; teve sede, conquanto fosse a água da vida; viveu agonia, ainda que tivesse curado homens de toda sorte de enfermidade; chorou diante da morte de Lázaro, tendo Ele ressuscitado mortos. Se ficarmos aqui relacionando as citações que comprovam ser Jesus ao mesmo tempo verdadeiro Deus e verdadeiro homem, não daremos conta.
Deus veio ao mundo, por seu Filho Jesus, para revelar-se aos homens, por meio da encarnação. Desta maneira, Deus é visto em Jesus de Nazaré, de forma acessível ao entendimento verdadeiro.
Deus veio ao mundo, em seu Filho Jesus, fez-se carne, a fim de destruir as obras daquele que, em forma de serpente, minou a vida dos nossos pais Adão e Eva, que pecaram, dando-lhe ouvido e desobedecendo ao Senhor. Jesus diz: “Agora será destruído o príncipe deste mundo” (Jo 12.31). E um pouco mais à frente, Jesus assegura: “O príncipe deste mundo já está julgado” (Jo 16.11).
Jesus, o Filho de Deus, Verbo que se fez carne e nasceu em Belém, filho de Maria e Mestre em Judá, é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, e manifestar-se-á, um dia, como Rei da Glória, em Seu 2º Advento. Virá, dessa vez, não mais para divulgar o Seu Evangelho, como fez em seu 1º advento, nem reencarnará, nascendo como uma criancinha, mas virá nas nuvens para o arrebatamento de Sua Igreja, ocasião em que aqueles que morreram na fé e na esperança de um dia verem a glória de Deus ressuscitarão primeiro, antes, pois, do arrebatamento, mas todos nós, crentes de todos os tempos e lugares, estaremos para sempre com o Senhor. Glória a Deus pelo Seu dom inefável, por Suas infalíveis promessas e pela esperança que reina em nosso coração e que no Natal se renova, com toda força que tem. Sem o 2º advento, o sentido do primeiro fica totalmente prejudicado, sem propósito. Pois, com a segunda vinda de Jesus, para nos buscar, tomaremos posse dessa bênção inaudita que custou o Seu próprio sangue, e assim desfrutaremos pela eternidade afora da bênção maravilhosa de Sua eterna companhia.
Obrigado, oh Deus, por ter-nos dado Jesus! Obrigado, oh Deus, porque cremos e esperamos, com toda convicção, a Sua segunda vinda, para que onde Ele estiver estejamos nós também!