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Uma escola fora de série, para doze alunos, pessoas de “QI” nada excepcional, senão bastante comuns, temperamentais algumas, como João, chamado Boanerges - filho do trovão, por ser de natureza explosiva, o não confiável Judas, o descontrolado Pedro, o incrédulo Tomé, mas, escolhidos por Jesus - e isso fez toda a diferença-, que lhes forjaria o caráter, apontando-lhes os reais valores pelos quais pautar a vida. Na “Escola de Vida”, caminharam dia e noite, no decorrer de três anos, em estreitíssima convivência com o Mestre. Imagino aquele grupo de discípulos, caminhando a pé numa das empoeiradas estradas da Judeia, de um lugarejo a outro, “aparentemente” jogando conversa “ao ar”, sem perceber que Jesus, sempre atento às conversas e atitudes, acompanhava seu linguajar um tanto quanto descuidado. De súbito, o Mestre lhes dirige a palavra: “Muito bem, a aula de hoje será sobre o conteúdo de nosso testemunho. Para começar, tenho uma perguntinha: sobre o quê mesmo vocês falavam entre si no caminho? Eles emudecem. Não havendo como esconder a cabeça, entreolham-se e escolhem, sem combinar, responder com um tipo de silêncio (que nós conhecemos, muito bem) que não consegue esconder o veneno concentrado, o espírito de dissensão, ódio e vaidades.O certo seria disporem-se ao serviço incondicional que a “Escola da Vida” procurava lhes transmitir. Está registrado em Mc 9.33-37.



Minhas irmãs e meus irmãos: não é próprio dos que desejam ser tão somente servos alimentar-se de raízes de amargura cheias do desejo de anular, de aniquilar seus desafetos, de criar obstáculos ao direito legítimo aos espaços que todo ser humano precisa para a realização pessoal. O testemunho cristão, muito além das defesas teóricas recheadas de conceitos sobre “certo e/ou errado”, passa pela humilde decisão de vontade de jamais medir forças com quem quer que seja. Inferimos de Paulo, em Romanos 12, que somos todos membros de um só Corpo, diferentes, singulares por natureza. Nem mais, nem menos importantes que ninguém. “Assim diz o Senhor: Que o sábio não se glorie da sabedoria, nem o valente de sua valentia, nem o rico de sua riqueza. Se há porque gloriar-se, seja de compreender e conhecer que Sou o Senhor que pratico o amor, o direito e a justiça na terra. É disto que gosto”. (Jr 8.23-24).



O aprendizado adquirido na escola de três anos de convivência com Jesus intentava forjar nos discípulos do colégio apostólico um “testemunhar” um tanto mais além de palavras: uma vida de servos, espelhada no Supremo Modelo. A certeza de que servo é aquele que pleiteia o lugar derradeiro e não o primeiro; o que serve a todos, sem acepção de pessoas; o que serve sem nunca esconder a Quem primeiramente serve, para Quem vive e de Quem dá testemunho.



Melhor que a grande e inegável “escola da vida” é a “Escola de Vida”, caminhando com o Mestre, ouvindo-lhe dos lábios benditos o verdadeiro destilar de favos de mel para quem quer ser testemunha dEle: “... venham após mim... sigam-me”; “...aprendam de mim que sou manso e humilde de coração, e em quem as suas almas acharão descanso”, “...e os farei pescadores de homens”.