Os seres humanos têm muitas necessidades existenciais, dentre elas, a de dividir a vida com outro, de conviver social e afetivamente com alguém, em sentimentos recíprocos. Na Criação, o homem era só, incompleto. Deus dá-lhe uma companheira, a mulher e, a partir daí, eles já não são “dois”, tornam-se “um”.
Impelido pela preocupação com a pessoa humana que se encontra só, surgiu em nossa Igreja o Ministério Companhia, cumprindo os preceitos dos sermões de Jesus, para que não houvesse acepção de pessoas entre o povo de Deus. Foi mister descobrir o lugar do “sozinho” na vida da igreja. Um divórcio, uma viuvez, alguém que, por conta de temperamento às vezes complicado, renunciou a um viver compartilhado, para não ceder ou renunciar pelo outro, assim muitos são e vivem. É preciso uma igreja que não pré-julgue, que não rotule ninguém de maneira irresponsável e descaridosa.
O Ministério Companhia nasceu em 1997, como GIL – Grupo de Integração Liberdade. Posteriormente, adotou o título Ministério Companhia, como o conhecemos hoje, contribuindo para uma LIBER mais amorosa, humana, acolhedora, mais sensível às realidades, às vezes tão duras, que acompanham a vida solitária de muitos.
Lí “Ecos da Alma”, de Fátima Irene Pinto, livro no qual ela trata de solidão, carências, saudades. Estou lendo, também dela, “Palavras Para Entorpecer o Coração”. A partir dessa leitura, comecei a considerar alguns tipos de solidão: a solidão do tipo carência, que é motivada pela ausência com quem dividir a companhia, namorar, conversar, passear feliz, etc. Há a solidão que advém da saudade, aquele sentimento de vazio, por conta da falta de familiares com quem a vida já foi compartilhada um dia, e que partiram para nunca mais voltar. Há a solidão resultante de uma separação emocional proposital, que às vezes alguns se impõem, para obter um pouco mais de isenção afetiva, mesmo que dolorosa, para realinhar os valores e tomadas serenas de decisão. É preciso permitir-se perceber, enquanto é tempo, quando estamos nos perdendo de nós mesmos num relacionamento, e que é importante um tempo para ver ou rever nossa própria vida.
O Ministério Companhia tem uma proposta de convivência amiga, leve, saradora de históricos e feridas. É o oferecimento de oportunidade de diálogo, de respeito aos sentimentos, a fim de que volte o prazer de viver. Nele, há auxílio, primeiramente do Senhor, depois, da Educação Cristã da igreja, sugerindo a leitura de bons livros. Há a preocupação da parte dos líderes do Ministério, sempre atentos ao cumprimento da missão para a qual o Ministério existe, ajudando pessoas queridas e sozinhas a entenderem o cerne da mensagem de Deus: “Não é bom que vocês estejam sós”. Parabéns, Companhia, pelo transcurso de seus 15 anos! Que Deus os ajude a continuar em seu propósito tão abençoador.