Veja o quanto Jesus nos considera: “Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido” (Jo 15.15). Para Ele somos muito mais do que servos: somos Seus grandes amigos! Foi por causa de atitudes como essa que Jesus arrancou de nós a mais profunda admiração e a mais sincera devoção. O Mestre gostava das pessoas, aproximava-se delas, independente de sua aparência, condição social ou espiritual; conterrâneos ou estrangeiros, crianças, jovens ou adultos, enfim, todas as pessoas exerciam sobre Ele um irresistível fascínio. Com esse jeito amoroso de ser e de tratar as pessoas, Jesus deixou-nos o caminho que devemos seguir na convivência com nossos irmãos.
Uma coisa precisamos sempre ter em mente em nossos relacionamentos: se quisermos marcar a vida das pessoas que conosco servem a Jesus, precisamos seguir Seu exemplo, a forma como cultivava suas amizades. Isso não somente fará um imenso bem ao nosso irmão, mas, também será um poderoso meio de evangelização, porque, sem dúvida, cairemos “na graça de todo o povo”,/em> (At 2.47), dos de fora que nos observam muito mais do que imaginamos.
Jesus, com Sua vida e com Suas palavras, nos instrui sobre como nossas amizades devem ser cultivadas. Primeiramente, Ele tomou a iniciativa na busca de Seus amigos. Depois, teve sempre um imenso prazer em servi-los, ao contrário do que acontece com muitos que se aproximam do outro com propósitos interesseiros, tão somente para usar seus serviços, seus favores. O interesse próprio como estruturador das amizades é altamente destruidor. Uma amizade que se estrutura interesseiramente contém já em si mesma o germe de sua própria destruição. Quem assim procede trata seus amigos como coisa, porque os usa como meio para atingir seus fins particulares. Não podemos nos aproximar de Jesus com essa motivação, antes, devemos cultivar o estilo de vida que O agrada, porque nosso maior prazer precisa ser o de fazer a Sua vontade. Portanto, não podemos aproximar-nos de Jesus de qualquer jeito. O Mestre pede que sejamos santos, assim como Ele é. Se assim o fizermos, cairemos “na graça de todo o povo” porque seremos semelhantes ao amigo Jesus.
Jesus nos disse que somos seus amigos porque nos confidenciou seus segredos. Disse Ele: “eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido”. Os servos são assalariados e trabalham pelo que recebem. Amigos, ao contrário, além de serem escolhidos pessoalmente, desfrutam do prazer da presença do outro e de sua total confiança. É fácil conseguir servos se a proposta de pagamento for generosa. Mas, amigos, estes não se compram com dinheiro nenhum. Começaremos a cair na graça dos de fora, quando eles virem que somos conhecedores dos propósitos secretos do nosso amo. Servos não conhecem os propósitos do amo. Eles simplesmente fazem o serviço para o qual foram contratados. Ao contrário, um amigo, sim, conhece os propósitos do outro e se coloca à disposição para ajudar a alcançá-los. Os meros servos têm suas razões suficientes para obedecer, “por fora”, mesmo desobedientes “por dentro”. Mas, ao amigo se lhes são reveladas as coisas ocultas (I Co. 2.10). Não foi aleatoriamente que o nosso Deus chamou o seu relacionamento conosco de aliança, pacto. Esta é a melhor palavra para representar a convivência que Ele desejou que tivéssemos com Ele, pois esse foi o Seu plano: “O SENHOR confia os seus segredos aos que o temem, e os leva a conhecer a sua aliança”. Tudo isso é fundado exclusivamente no amor, porque não temos nada a oferecer ao nosso amigo que possa compensar seus eternos e maravilhosos favores a nós dispensados cada dia, a não ser nossa sincera devoção.
Se cultivarmos assim nossas amizades, como Cristo cultiva a Sua conosco, não só fortaleceremos a nossa unidade como membros do Corpo de Cristo, como também atrairemos os de fora para este mesmo convívio e também serão MUITO MAIS AMIGOS DO QUE SERVOS!