A palavra Páscoa, do hebraico “pessach”, significa, para o judeu, a passagem da maldição da escravatura no Egito para a bênção da liberdade na Terra prometida, “que mana leite e mel”. É uma das festas judaicas tradicionais.
A expressão Páscoa Cristã advém dessa festa dos judeus, e nasceu na última páscoa que Jesus comemorou com seus discípulos, no momento quando Ele toma o pão e o vinho pascais e diz, surpreendendo os discípulos reunidos em volta da mesa: “Este é meu corpo, que é dado por vós. E este é o novo pacto em meu sangue, que é derramado por vós; fazei isto em memória de mim”. Os judeus comemoram até hoje a “Páscoa” para lembrar a passagem da escravidão do Egito para a liberdade da terra prometida. Mas nós, os salvos por Jesus, comemoramos a Pascoa Cristã celebrando a passagem da escravidão do pecado para a liberdade com que Cristo nos libertou, por Sua morte na cruz e Sua ressurreição dentre os mortos. Bendito aquele primeiro dia da semana, dia memorável em que Jesus ressurgiu!
O que deve importar para nós a páscoa cristã? Muito, a meu ver. Vejamos: Que data Deus escolheu para a morte de Seu Filho, de forma a impactar os judeus? Exatamente no dia importantíssimo na história dos judeus, o da Páscoa judaica! Tanto que Paulo, que era arraigado às tradições antes de se converter, quando escreve aos coríntios, com orgulho, chama Jesus de “a nossa Páscoa” (I Co 5.7b). O caminho foi preparado para o início do ministério de Jesus, com linguagem pascal: “Eis (está aqui diante de vocês) o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Comemoramos a Páscoa Cristã porque, longe de coincidência, aprouve a Deus, em Seu kairós, providenciar a vinculação do sacrifício da cruz com a data da páscoa judaica, para a inclusão totalmente inegável da salvação, por Jesus, daqueles que creem, a começar pelos judeus.
No culto de Ceia do Senhor desta noite, tomemos com muita reverência o pão e o vinho, na comunhão com o Senhor, juntamente com nossos irmãos, relembrando o sacrifício de “Cristo, a nossa Páscoa”, nossa esperança, símbolo da ecoante vitória da vida sobre a morte, pois o “Cordeiro que foi morto” (João 1.29), ressuscitou, vive, reina e voltará.