As denominações tradicionais na Europa e América do Norte, dentre as quais nós batistas nos colocamos, ainda que testemunhando igrejas se dissolvendo a sua volta, a dispersão gritante dos adolescentes e dos jovens em confronto com os valores espirituais, o descompromisso com a igreja por parte dos recém-casados com filhos pequenos, as portas dos templos outrora históricos se fechando, foram elas incapazes de ponderar sobre releituras e contextualizações. Mesmo diante desse “tsunami avassalador”, ainda assim, fazendo vistas grossas e tolas, com vãs discussões sacralizadoras conscientes das metodologias, decidiram pelo continuísmo frio e muito natural da cultura anglo-saxônica. Para sermos justos, estamos também assistindo, felizmente, ante a falência das igrejas e denominações, o pipocar de importantes bolsões de despertamento espiritual, de “renascimento de igrejas para este tempo quase pós-cristão”, aqui e ali, nos continentes europeu e americano.
Um Novo Tempo para as Novas Gerações exige dos líderes estarem atentos à voz do Espírito Santo, clamando, soprando, mobilizando o que ainda resta de povo de Deus comprometido com o futuro da igreja, pensante e visionário, a enxergar a tendência e dinâmica do mundo moderno que desacredita da igreja, para o qual só mais flexibilidade descentralizada (Pequenos Grupos mais perto das pessoas e do pulsar do coração delas) será capaz de responder àquilo que nunca muda e só tende a crescer: as grandes inquietações da alma humana.
Um Novo Tempo para as Novas Gerações - crianças, juniores, pré-adolescentes, adolescentes e jovens, passará por esse repensar saudável, urgente, proativo, sem posturas separatistas, mas de resgate da integração com a cultura desse tempo, não normativa, mas relevante. Novo Tempo pressupõe que há um “velho tempo” defronte da velocidade inacompanhável das mudanças, sobretudo nos campos da moral e da ética. Daqui para frente serão ainda muito mais rápidas e fluirão independentemente do nosso querer. Velho Tempo, ainda que imperativamente saibamos aproveitar os elementos positivos e indispensáveis da tradição, da história, escreveremos, contudo, um Novo Tempo onde, com inteligência, de forma dinâmica e mais relacional, poderemos chegar ao coração das pessoas e atender a sociedade dos nossos dias com os valores do Reino de Deus.
Do contrário, se nossa igreja, ou qualquer outra, decidida a repercutir a realidade viva e autêntica do Novo Testamento, ainda insistir em funcionar sem refletir nas implicações da contextualização, diante das velozes mudanças que contornam e estabelecem as novas fronteiras da existência humana, breve chegará o momento em que sua presença poderá não ter mais nenhum significado. Que Deus nos livre deste mal!