Lembro, com tristeza, que num passado recente, nós excluíamos da igreja quem praticasse determinados pecados, em nome de salvaguardar a “imagem da igreja”. Esquecíamo-nos de que amar as pessoas é dar-lhes nova oportunidade. Jesus, um dia, disse os que queriam apedrejar uma mulher encontrada em adultério: “Quem estiver sem pecado, atire a primeira pedra”. Não há pecado grande nem pequeno! Um Novo Tempo significará buscar os que foram excluídos e dizer-lhes: Voltem! Pedir-lhes perdão pela nossa falta de amor e dizer-lhes: Há lugar para vocês na Igreja da Liberdade.
Há um outro tipo de “excluídos” formado por pessoas que julgamos muito diferentes de nós, na vestimenta, nos hábitos, no aspecto físico... aqueles que entendemos “estranhos demais”. Um Novo Tempo é abrir as portas do coração e da igreja para esses que Jesus sempre buscou e com eles andou, mesmo sob o impacto da crítica, no tempo de Seu ministério na terra. Um Zaqueu, extorquidor na cobrança de impostos, um Dimas ladrão, do Seu lado esquerdo, dependurado numa cruz no Calvário, a mulher samaritana, a mulher do vaso de alabastro, os cegos, coxos, aleijados. Um Novo Tempo então haverá de ser o repensar da forma lamentável com que selecionamos, com uma arrogância disfarçada, quais pessoas queremos e quais as que não queremos frequentando nossa igreja, assentando-se ao nosso lado nos cultos. Como vimos, Jesus fez e faria tudo diferente de nós. Um Novo Tempo, no qual não permitiremos, em nome de Jesus, a injustiça da acepção de pessoas, a desalmada segregação social, ou outra de qualquer ordem.
Um Novo Tempo para as Novas Gerações! É o desafio da oportunidade às novas gerações de adolescentes e jovens, para o serviço desprendido aos carentes do bairro, onde servir há de ser a palavra de ordem. Servir com amor a juventude perdida nas drogas; servir nas ruas do centro de São Paulo, invadidas por crianças abandonadas por seus pais; promover encontros facilitadores de atenção às necessidades das comunidades carentes, nas quais os pais também serão desafiados e inspirados a estar juntos dos filhos, colocando sua experiência de vida e de profissão a serviço daqueles para quem a vida negou as oportunidades de um lar feliz, de pais que se amam, de estudo, de preparo para o enfrentamento das oportunidades no mercado de trabalho.
Um Novo Tempo no qual todos seremos membros iguais do corpo de Jesus, Cabeça, onde não há maior nem menor, onde a autoridade está na vida e não no poder e vaidade de cargos, nos quais pessoas são tradicionalmente investidas; onde os dons serão exercidos para a edificação de todos, onde o sucesso de um é o de todos; a dor de um é a de todos. Enfim, onde as Novas Gerações, representadas pelas crianças, adolescentes e jovens, aprendem com os mais velhos a servir a todos, a vencer as inseguranças, a fazer acontecer, legando para o amanhã, dentro dos permanentes ciclos da vida. Uma igreja onde poderosos serão todos os que vivem a graça do Evangelho da Graça, no poder d’Aquele em quem todos podemos, igualmente, todas as coisas, porque Ele nos fortalece. Amém!