Por “Novas gerações” entenda-se crianças, juniores, pré-adolescentes, adolescentes e jovens. Por “Um Novo Tempo” compreenda-se o Tema do Ano e a inspiração para o próximo quinquênio de uma igreja capaz de manter-se bíblica na defesa dos imutáveis princípios que regem nossas convicções, mas disposta a quebrar paradigmas. Entendo este momento vendo a igreja construindo um testemunho e uma influência capaz de brilhar na sociedade, a partir dos nossos vizinhos. Tempos atrás li uma frase que me incomodou: “Se sua igreja fechasse as portas ou mudasse de local, as pessoas da comunidade sentiriam falta dela?”. Não dá pra responder de pronto. É para se pensar seriamente.
Em Atos dos Apóstolos 2.37-47, lemos de uma igreja que estava chegando para ficar e fazer diferença. Fez-se relevante, necessária, indispensável à sua cidade, no cumprimento de sua missão, terminando por cair na graça da comunidade em todos os aspectos da missão e da razão de ser igreja: na proclamação, no discipulado, no serviço, na comunhão e na adoração.
Um Novo Tempo para as Novas Gerações, começando por considerar as crianças em posição contrária aos bolsões da realidade brasileira. Darci Dusilek escreveu: “No Brasil são mais de 20 milhões de crianças que não podem sequer sonhar com o direito de sonhar. O que elas vivem é a dura realidade de um mundo cruel e adulto que as explora e violenta todos os dias. Um mundo de miséria que lhes dá pouca ou nenhuma chance de sobreviver”. A igreja tem a revelação de Deus que a conduz a priorizar as crianças, dando-lhes o melhor em todos os sentidos, assim como Jesus ensinou-nos e deu exemplo com Sua própria vida.
Um Novo Tempo na proclamação do Evangelho, onde as “Boas Novas” vão além do Kerigma – como proclamação verbal –, para o Martureo – como proclamação pelo estilo de vida dos crentes.
Um Novo Tempo onde a identidade bíblica e a herança histórica serão postas à prova. Ai do povo que não tem a Bíblia como “regra de fé e de prática”. Ai dos que não têm história. O Novo Tempo fará do ensino bíblico e da história um sinal de respeito que dará sentido a uma igreja mais sólida e amorosa. Que sabe usar inteligentemente a liberdade de pensamento e a submissão a Deus, legados dos antepassados, como maneira pela qual se posicione diante dos dilemas éticos e morais, daqui em diante mais desafiadores.
Um Novo Tempo, onde a bandeira sobre nós seja o amor não fingido, onde a comunhão entre os irmãos seja o prazer de viver em comunidade, onde ajudar um irmão em dificuldade seja compromisso de todos para com ele; onde os cuidados uns para com os outros nos honre; onde a alegria seja a marca da presença poderosa de Jesus nas vidas.
Um Novo Tempo onde a sociedade reconheça ‘quem é quem’ e não mais generalize “por baixo” a multiplicação do mau testemunho de evangélicos que achincalham o “nome de cristão’, mas pelo reconhecimento de que há um povo de vida correta, engajada nas questões ambientais como criacionistas, simpáticos e unidos na remoção do sofrimento dos de dentro e de fora da igreja, nas lutas pela prevalência da justiça para todos e não somente em beneficio dos aquinhoados. Igreja disposta ao comprometimento político, se isso representar a oportunidade de Deus para a transformação das estruturas da sociedade.
Um Novo Tempo para as novas gerações, em cujo tempo, das crianças aos jovens, todos possam dizer com orgulho santo: Reconhecemos que somos membros de uma igreja que procura ser organismo vivo e não uma mera instituição; igreja que aprende a amar, servir e viver de forma simples, mas poderosa e coerente, praticando o que as Escrituras ensinam, honrando o passado, mas escrevendo um novo dia de quebra dos paradigmas que se fizerem necessários, em nome e em honra ao nome de Jesus. Que Ele possa estar dizendo: Sou a Cabeça dessa igreja que me alegra o coração, que tudo faz para ser igreja que sonha os meus sonhos para a atual geração, antes que seja tarde demais! Amém!