Trinta e oito anos haviam se passado desde o fracasso dos israelitas em Cades-Barnéia, nome de uma fonte no deserto, ao Sul de Israel, até os eventos mencionados nos capítulos 5 e 6 do livro de Deuteronômio (que significa “segunda lei”- da Septuaginta e da Vulgata), de autoria atribuída a Moisés, escrito por volta dos anos de 1.450 a. C. Esse texto contém a repetição dos 10 mandamentos e exortações do patriarca, dirigidas ao povo de Israel. Por quê? Exatamente porque chegara o momento de todos entrarem em Canaã, e estavam no lugar de definição de seu rumo. Seu futuro dependeria de sua fidelidade a Deus.
Na relação com Deus: Amor. (Deut.6.4,5)
A essência de nossa religião está em adquirirmos um conceito certo de Deus e prosseguir na correta caminhada em Sua direção. “Ouve... ó Israel" foi uma introdução muito adequada precedendo a grande afirmação: “O Senhor nosso Deus é o único Deus”, à qual, centenas de anos depois, Jesus adicionaria: “Amarás o próximo como a ti mesmo”. Mais à frente Ele diria: “Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas”.A fé dos israelitas deveria ser unicamente em Deus e o amor por Ele teria de ser de todo o coração, alma e forças, isto é, um amor manifestado através de devoção sincera e fidelidade íntegra àquele que é por excelência A PRÓPRIA EXPRESSÃO DO MAIS PURO AMOR. Como F.M.Lehman escreveu: “Se pudéssemos encher de tinta os mares, e cobrir os céus de pergaminho, se todos os pedúnculos fossem penas, e todos os homens, escribas profissionais, descrever o amor de Deus ressecaria a tinta dos oceanos e não haveria rolo para conter tudo, estendido que fosse de céu a céu! O amor de Deus, quão rico e puro...perdurará para sempre”. Amor que “escreverá o último capítulo da história humana”, completa Shakespeare.
Na relação com os filhos: Ensino da Palavra (vv.6.6-9)
Moisés determinou aos israelitas a missão do ensino dos mandamentos e preceitos representados, àquela altura, por toda a legislação mosaica (v.1). Primeiro, guardando-os no coração, praticando-os antes de transmiti-los. Depois, recomendou sua instrução aos filhos, ao levantar-se, durante todo o dia. e ao deitar-se , como parte integral da vida na família, cujos melhores mestres, sem prescindir das escolas, são os pais, pelo exemplo de vida devocional e sua praxe. A espiritualidade, cujo papel é parcial das Classes de Crianças das EBDs de nossas igrejas, é uma responsabiçidade do pai e da mãe, que dura a vida toda.
Na atitude para com os propósitos de Deus para conosco: fidelidade (vv.6.10-17)
Moisés, antevendo sua morte sem que de entrasse na terra prometida, advertiu o povo do grave perigo que correria se deixasse Deus. Riqueza os aguardava! Para muitos, viver com Deus e para Deus é algo reservado só para os dias difíceis, tensos, pressagiando a morte! O rol de membros das igrejas está cheio de nomes de ateus práticos. As infidelidades do rei Davi aconteceram no auge de sua prosperidade pessoal.É característica peculiar à natureza humana apartar-se de Deus de uma forma ou de outra!
No caso dos israelitas, eles sabiam de que maneira extraordinária o Senhor os havia resgatado do Egito! Ainda assim, Moisés os alertou do grande perigo da desobediência ao pacto com Deus.
As lições destas passagens bíblicas são muitas, e sempre oportunas.
A ira de Deus é justa quando nos distanciamos Dele.
Nossa esperança quanto ao futuro depende de nossa fidelidade ao Senhor. Amemo-Lo como privilégio e dever supremos. Ensinemos Sua Palavra, mas, antes de tudo, apliquemo-la aos nossos corações e nossas vidas, para só então compartilhá-la. Levemos Deus a sério! Ele não se deixa escarnecer, porque Ele é fiel e justo!