Nada me alegraria mais do que pensar que este editorial de hoje, último domingo do ano, fosse desnecessário. Que não haveria ninguém para quem este escrito se aplicasse. Mas, não é o caso. Infelizmente, temos esquecido de nosso Criador.
Ao longo do ano transcorrido, que lugar Deus teve em nossa vida? E a resposta não pode representar um certo movimento de auto-defesa, tipo: "Isso não acontece comigo", "não me diz respeito".
Essas palavras foram dirigidas aos deportados para a Babilônia por volta de 580 a.C. Haviam perdido a confiança em Deus, crendo que Ele os havia abandonado. Por isso perderam a esperança. Desconheciam a Palavra de Deus, cuja verdade constitutiva de seu conteúdo a põe acima do tempo e do espaço.
É possível esquecer o Deus em quem outrora confiamos, debaixo de cuja misericórdia temos vivido? É possível perder a visão da proximidade Divina? Creio que as muitas ocupações, o corre-corre da cidade grande, tudo concorre para que desenvolvamos indiferença para com o que é fundamental. Desta maneira, temos que recordar a pertinência das palavras de Jesus a Marta: "Marta, Marta...estás muito ocupada com muitas coisas". Tudo começa com o famoso "não tenho tempo". Continua no " não posso", e termina na frieza e indiferença espirituais. Sempre vão haver situações, novidades, que vão deixando Deus para trás em nossa vida.
Escutem-me: o que acontece a outros, pode acontecer conosco também: excluir Deus dos projetos, dos planos, dos ideais. Perder Deus de vista e perder a esperança, consequência imediata do fatalista: "Deus não se preocupa comigo, só com os outros". A falta do conhecimento da intervenção de Deus em nossa vida faz-nos vulneráveis ao desalento, à ingratidão.
A vida de fé em Deus é revitalizada na renovação do conhecimento dEle, do louvor, da adoração nAquele que é, que era e que há de vir. Meu desejo pessoal, como escritor desses editoriais do LIBERAtual, é que nunca eu possa dizer a meus leitores: "Vocês esqueceram do Senhor Seu criador".
Nesse tempo de incertezas, insegurança, necessitamos de alguém em quem confiar. Quando a confiança é depositada em Jesus, dizemos: É fé cristã, fé evangélica. Essa linha de condução de pensamento proclama que só a Deus devem ser dados honra e louvor. Como diziam os reformadores protestantes: Soli Deo Glória!
Aproveitemos a oportunidade que o espírito deste último domingo de 2009 enseja e façamos nossas as palavras de Paulo em Aos filipenses 4.6: "Não andeis ansiosos por coisa alguma; em tudo porém sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e as vossa mentes, em Cristo Jesus."